Léo – como era chamada por todos – foi a esposa e a mulher forte que sempre viveu ao lado do artista
Nesta quinta-feira (24), a arte e memória de José Cláudio ganham destaques, durante a Expo do IMIP, no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE). O espaço vai ganhar uma mostra imersiva inédita do artista e uma homenagem com quadros cedidos pela familia e amigos. Inclusive, tenho um lindo quadro exposto por lá quando ganhei do meu tio em 2004 na inauguração da minha assessoria de imprensa, Make.
Particularmente, acho essa homenagem do IMIP e do MEPE, de uma sensibilidade e autenticidade enorme. Tio Zé Cláudio sempre esteve à frente do seu tempo. Quando estava vivo, cheguei a sugerir para ele uma exposição imersiva, porém infelizmente não tivemos tempo. Além disso, esse projeto faz a gente revisitar suas obras e deixar ele um pouquinho mais perto da gente, afinal ele está vivo e presente em todas suas obras.
“É uma homenagem importante para uma pessoa que colaborou assiduamente com o movimento solidário do IMIP, sempre abrindo as portas em benefício da instituição. São vídeos, entrevistas e cenas da vida cotidiana do meu pai que estarão presentes hoje à noite. Estamos todos ansiosos. Infelizmente, minha irmã Maria Júlia, não poderá está presente na abertura, mas em breve também poderá se emocionar com a homenagem”, comenta o filho de José Cláudio, Mané Tatu.
E não se pode falar em Zé Cláudio sem mencionar sua companheira de toda a vida e mãe de seus filhos, Leonice Ferreira. Sabemos o quanto faz a diferença passar por essa vida e ter uma pessoa para contar e viver todo o tempo. Essa foi uma sorte que os dois tiveram.
Ver a arte de José Cláudio é também ver a elegância, a delicadeza, a gentileza e a sensibilidade de Léo, como era chamada por todos. Portanto, quem for contemplar os quadros dele, logo mais, lembre-se que – ao lado – ele teve a força dessa mulher para sempre seguir adiante e desbravar a nossa arte pernambucana.
“Meu pai foi um grande gênio da pintura, que fazia todos os temas e lugares. Do litoral ao Sertão, foi para Amazônia, trabalhou com Paulo Vanzolini durante importante expedição, fez esculturas gigantes e outros. Uma pessoa que estava fazendo arte no mundo, teria que ter ao lado uma grande mulher, inclusive para manter a família. Meus pais trabalharam juntos por muitos anos, foram parceiros de uma vida e por 19 anos ela sustentou a casa com dinheiro que recebia da Universidade Federal de Pernambuco, onde era bibliotecária”, complementa.
Arte e solidariedade
“Participo dessa exposição há mais de 20 anos. É a maior vitrine de artes plásticas do Norte Nordeste e recebe gente de todo o Brasil. São pinturas, esculturas e aquarelas. Todos os anos papai participava. Para o artista é uma boa janela e para o público uma forma de ser solidário, sempre levo em consideração a cultura nordestina, afirma.