O equilíbrio entre o uso da tecnologia e o tempo da infância

Psicóloga do Colégio Apoio destaca a necessidade do brincar livre, do convívio com outras crianças e da valorização do ócio para combater a adultização

Em tempos de conectividade constante e exposição desenfreada ao mundo adulto, a infância tem se encurtado. A Declaração Universal dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1959, reconhece o brincar como um direito essencial ao desenvolvimento infantil e ferramenta de proteção à infância, fortalecida pela Convenção dos Direitos da Criança de 1989 e garantido, ainda, pela Constituição Brasileira e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

No entanto, a pressão por desempenho e o uso excessivo de dispositivos eletrônicos com conteúdos inapropriados para a idade estão afastando as crianças da vivência plena dessa fase da vida.

Outro fator que merece atenção é a hipercompetitividade imposta às crianças. Com agendas lotadas de atividades e pouco tempo para o ócio e o brincar livre, elas acabam desenvolvendo cansaço, irritabilidade, além de distúrbios no sono e na alimentação.

A exposição precoce a conteúdos inadequados, como a pornografia, também é uma das questões mais preocupantes, em meio ao consumo excessivo de telas.

O desafio é encontrar o equilíbrio entre o uso da tecnologia e o tempo da infância, proporcionando espaços para brincadeiras ao ar livre, convívio com outras crianças e a valorização do tempo ocioso.