Doenças do coração lideram as causas de morte entre mulheres no mundo

Essas doenças já ultrapassam os números de câncer de mama e de útero, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

Durante anos, o infarto foi visto como uma preocupação masculina, mas a realidade é bem diferente. As últimas pesquisas apontam que mulheres têm mais risco de morte por infarto. A Federação Mundial do Coração alerta que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres no mundo, sendo responsáveis por 8,5 milhões de óbitos, o que corresponde a mais de 23 mil mortes por dia.

Essas doenças já ultrapassam os números de câncer de mama e de útero, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). No Brasil existiu um aumento de cerca de 62% de mortes de mulheres de 15 a 49 anos por infarto de 1990 para 2019. Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%. A desinformação e a subnotificação de sintomas agravam esse quadro, tornando essencial a conscientização e a busca por cuidados preventivos.

“Após a menopausa, a queda nos níveis de estrogênio, hormônio que desempenha um papel fundamental na proteção dos vasos sanguíneos, aumenta significativamente o risco cardiovascular nas mulheres. Além disso, fatores como o estresse mental e emocional, frequentemente agravados pela dupla ou até tripla jornada de trabalho, contribuem para esse cenário. A sobrecarga entre a vida profissional, os cuidados com a casa e os filhos pode levar ao sedentarismo, má alimentação, tabagismo e consumo excessivo de álcool, todos fatores que elevam as chances de infarto do miocárdio”, destaca o médico Edmilson Cardoso, que é chefe do serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião da equipe do Instituto do Coração de Pernambuco (Incor-PE) do Real Hospital Português.

Quais os sinais do infarto em mulheres?

Os sintomas de doenças cardiovasculares nas mulheres costumam se apresentar de forma mais genérica, tornando a procura por uma especialista mais demorada e, muitas vezes, o diagnóstico é tardio e o tratamento é feito de modo inadequado. Os sinais são diversos e distantes do que costuma ser o sinal convencional nos homens – a dor no peito, e outros como náuseas, vômitos, dor nas costas e no pescoço, falta de ar e indigestão.

Por que as mulheres são mais propensas a terem infarto?

As artérias coronárias no coração da mulher são mais finas e, por isso, há uma maior tendência a sofrer com bloqueios nas artérias principais e menores, que levam sangue ao coração. Dessa forma há também um maior risco de infarto. Nas mulheres mais jovens, há ainda uma associação a ovário policístico, menopausa precoce, disfunções de hipertensão na gravidez, diabetes gestacional e parto prematuro.


É possível prevenir o infarto em mulheres?

Não há como prever o infarto, mas algumas ações simples no dia a dia podem ajudar a prevenir, como alimentação saudável; Prática regular de atividade física; Evitar o tabagismo; Evitar o consumo de bebidas alcoólicas; Controlar o peso; Controlar doenças crônicas que são fatores de risco para as doenças do coração, como a hipertensão, o diabetes e a dislipidemia.