Ginecologia Regenerativa e a cirurgia íntima como aliadas da saúde da mulher

A cirurgia íntima é indicada para mulheres que sofrem com dores na região íntima devido ao tamanho dos lábios internos ou por incômodos estético

Março é um mês de reflexão sobre os desafios e conquistas das mulheres, e isso inclui a saúde íntima, muitas vezes cercada de tabus. Alterações naturais do corpo feminino, como as provocadas pela menopausa, gravidez e envelhecimento, podem impactar não apenas a autoestima, mas também a qualidade de vida. Nesse cenário, a ginecologia regenerativa e a cirurgia íntima vêm ganhando espaço como uma importante aliada da saúde da mulher.

O número de cirurgias íntimas, também conhecida como cirurgia plástica genital, tem crescido nos últimos anos, como sinônimo de maior atenção à saúde feminina. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), houve no mundo um aumento de 33% nas cirurgias de labioplastia, procedimento conhecido como ninfoplastia, para reduzir os pequenos lábios vaginais, nos últimos anos. O Brasil segue como o país líder em cirurgias íntimas

“A ninfoplastia, também chamada de labioplastia interna, é um procedimento cirúrgico que busca retirar o excesso de pele dos lábios internos, os pequenos lábios vaginais. Muitas mulheres sofrem devido ao tamanho dos lábios internos, tendo dores durante as relações sexuais, infecções recorrentes, desconfortos ao realizar exercícios físicos ou ao usar roupas mais apertadas, e ainda, têm dificuldade para realizar a higienização da área íntima de forma correta”, explica a ginecologista Israelina Tavares, especialista em ginecologia regenerativa e estética íntima.

A cirurgia pode ser indicada a partir dos 18 anos, mas em pacientes mais jovens, a necessidade do procedimento deve ser avaliada individualmente, considerando cada caso específico. A cirurgia íntima pode ser realizada em ambiente hospitalar ou consultório. A escolha do local depende da complexidade da cirurgia associada ao desejo da paciente.

“Quando feito em consultório, o procedimento é realizado sob anestesia local. O tempo do procedimento pode variar de acordo com cada paciente, mas geralmente dura em torno de 60 a 90 minutos”, explica a especialista.

Procedimento pelo SUS

O procedimento de ninfoplastia também é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos casos em que as mulheres sofrem com problemas funcionais. Contudo, a cirurgia é feita com o método tradicional, com o bisturi.

“A diferença entre os métodos é que na cirurgia à laser, utilizam-se tecnologias avançadas, o que traz benefícios como um corte mais preciso possibilitando um melhor resultado estético, menor sangramento, cicatrização mais rápida e, consequentemente, uma recuperação em um tempo menor”, aponta Israelina Tavares.

Apesar dos benefícios à saúde, bem-estar e autoestima da mulher, a especialista ressalta que não existe um padrão de vulva a ser seguido.

“Cada mulher é única e apresenta as suas peculiaridades relacionadas a essa região. A decisão pela realização de uma cirurgia íntima começa pela manifestação de uma insatisfação que a mulher percebe e incomoda corriqueiramente, interferindo na sua autoestima. Para que tenha sucesso no procedimento é preciso avaliar se o problema realmente tem indicação cirúrgica, alinhando as expectativas da paciente quanto aos resultados possíveis”, destaca Israelina Tavares, especialista em ginecologia regenerativa e estética íntima.