Dermocosméticos para a vulva têm sido essenciais na prevenção de dermatites ou eczemas
O fim da idade reprodutiva, marcado pelo climatério e menopausa, é um período de mudanças e adaptações no organismo, que ainda assusta a maioria das mulheres. Uma das principais alterações que podem ocorrer nesse período é o ressecamento tanto da vulva (área externa do aparelho reprodutor) quanto da vagina (canal interno), sintoma que tem sido acompanhado com atenção pela indústria farmacêutica brasileira.
O climatério, período de transição da fase fértil para a não reprodutiva, ocorre com a diminuição das funções ovarianas e produção de hormônios. Já a menopausa é a última fase do climatério, com o fim permanente das menstruações, da ovulação e da fertilidade.
Ao longo dessa transição, sintomas como o ressecamento vulvar e vaginal podem ocorrer, gerando preocupação e desconforto. Por isso, os hidratantes para a região vulvar têm atuado como protagonistas na missão de manter a vulva úmida e preservar o pH vaginal, em meio aos desafios das mudanças hormonais que afetam o público feminino dos 40 aos 65 anos.
“Diferente dos produtos hormonais para tratamento ginecológico e geralmente aplicados diretamente no canal vaginal, um dermocosmético específico para a vulva auxilia no cuidado diário com uma área do corpo que recebe diversos impactos da rotina diária, ao sentar, correr e usar roupas por muitas horas seguidas”, destaca o doutor Luís Gerk, ginecologista, mastologista e gerente médico da União Química, laboratório que atua há 87 anos no mercado farmacêutico e é um dos pioneiros neste segmento no Brasil.
Além do ressecamento vulvar e vaginal, entre os sinais físicos do climatério e da menopausa estão as temidas ondas de calor, com suores noturnos, cansaço, dores nas relações sexuais, incontinência urinária, pele seca, queda de cabelo, perda de massa muscular e ganho de gordura. Já na esfera psicológica, a sintomatologia desse ciclo inclui insônia, cansaço mental, redução da libido, esquecimento, dificuldade de concentração, ansiedade e mudanças repentinas de humor.
O que fazer para resolver o ressecamento?
De acordo com a Diretriz Europeia para Tratamentos de Doenças da Vulva, a primeira recomendação geral – válida para qualquer idade – é evitar a aplicação, na vulva, de sabonetes comuns, xampus ou hidratantes de uso corporal geral. Esses produtos levam em sua composição álcool e aditivos (como emolientes, corantes e fragrâncias). Portanto, não são indicados para sua área íntima. A entidade indica que sejam utilizados, nessa região, itens específicos e que não provocam coceira, descamação ou mudança no pH (nível de acidez).
Por isso, na composição dos dermocosméticos para hidratação da vulva, há substâncias como o ácido hialurônico, o dexpantenol e a manteiga de karité, que acelera a reparação da pele. Esse tipo de hidratante comprovadamente protege e atua na firmeza e produção de colágeno, com fator antienvelhecimento.
Testes clínicos realizados com mulheres brasileiras indicaram que após o 28º dia de hidratação diária, o pH cutâneo se manteve inalterado. Além disso, os hidratantes promovem sensação prolongada de conforto e preveniram quadros severos de ressecamento, descamação e prurido.
Todas as idades
A hidratação da vulva é uma necessidade para as mulheres em qualquer idade, especialmente em locais muito quentes. Mas no climatério e menopausa esse cuidado precisa ser redobrado devido às mudanças na área íntima, causadas pela redução na produção de hormônios femininos. Com relação à vida íntima, os testes de interação com preservativos apontaram, também, que esses produtos não alteram a integridade do látex ou provocam qualquer tipo de reação no parceiro.
Entre os problemas mais comuns relacionados à região vulvar estão dermatites ou eczemas. Essas doenças podem afligir até 50% das pacientes com sintomas bem incômodos, como o prurido (coceira). Outras queixas comuns ouvidas em consultórios são as infecções, lesões, além da síndrome geniturinária da menopausa, que pode deixar a pele da vulva ressecada, mais fina e com tonalidade pálida.
A síndrome geniturinária da menopausa tem uma prevalência que varia de 36% a quase 90% entre mulheres na peri e pós-menopausa, mas também pode ocorrer em 19% das mulheres entre os 40 e 45 anos (período pré-menopausa). Além das questões fisiológicas, a realização de procedimentos estéticos íntimos (como lasers, radiofrequência genital, ninfoplastia, clareamento e preenchimento de grandes lábios) também pode causar alteração na vulva e levar à necessidade de recuperação cutânea.