Projeto abre debate sobre uma maior representação das mulheres na literatura

A programação é aberta ao público a partir dos 16 anos e acontece no Compaz do Coque

A partir desta quarta-feira (17), a cidade do Recife será contemplada com o projeto cultural “Nas Dobras do livro” (http://www.instagram.com/colofao.lab).  A iniciativa tem como proposta contribuir para formação de leitores, refletir, debater e promover a bibliodiversidade dos acervos das bibliotecas com a inclusão de autoras locais e obras que fogem do itinerário tradicional. Para oferecer um conhecimento mais amplo e diferentes perspectivas, o projeto vai promover um ciclo, gratuito, de mediação de leituras para pessoas acima dos 16 anos.

O primeiro espaço que vai receber a ação é a biblioteca do Compaz do Pina, localizada no Coque. Lá, o encontro acontece das 14h30 às 16h30. Não é necessário fazer inscrição. As sessões de mediação de leitura apresentarão quatro obras de escritoras pernambucanas. As escolhas dos livros se deram mediante a curadoria do escritor e editor Fred Caju. O acervo, conta com as publicações da vencedora do Prêmio Jabuti (2021 e 2022), Micheliny Verunschk (livro “B de bruxa”); da poeta Joy Thamires, mulher negra, moradora da periferia do Ibura (livro “Te Recito”); Odailta Alves, escritora independente nascida na favela de Santo Amaro, no Recife (livro “Clamor Negro”); e da escritora e pesquisadora de literatura e feminismo, Raíza Hanna Milfont (livro “Sol a pino”).

“A promoção à biodiversidade feminina através das obras dessas autoras recifenses também desempenha um papel crucial na representação de uma sociedade mais inclusiva e equitativa. Além de podermos ampliar o acervo das bibliotecas do Compaz com obras dessas autoras, esta é uma maneira fundamental de abrir caminhos para uma maior representação das mulheres na literatura, de modo que a gente possa inspirar novas gerações de leitores e escritores” afirmou o mediador de leitura, Gabriel Santana.

Durante as atividades de mediação, os participantes serão convidados para fazer uma imersão em suas próprias histórias, de maneira que os faça reconhecer a beleza e complexidade de suas identidades e os desafios da publicação independente.  A atividade busca ainda discutir a importância do  papel das escritoras em uma sociedade na qual  ainda se lê poucos referenciais femininos na literatura.

“Cada livro tem como objetivo promover a reflexão sobre a importância da memória coletiva e da união comunitária. Queremos que cada adolescente, jovem, idosos, pessoas com deficiência e público LGBTQIAPN+, que passe por esse projeto, tenha uma visão empoderada de sua própria herança cultural” acrescentou. 

Os livros que serão utilizados nas atividades são dedicados a pequenos contos poéticos e poesia.  Ao final, o projeto também vai fazer a doação de 12 exemplares, sendo três exemplares de cada escritora para ser colocado à disposição dos leitores de cada unidade das Bibliotecas da Paz. Ainda estão programadas, para os  dias 24 de julho;  09 e 14 de agosto, sessões de mediação de leitura nas Bibliotecas da Paz, da Prefeitura do Recife, instaladas dentro do Compaz Paulo Freire (Ibura), Compaz  Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), e Compaz Miguel Arraes (Madalena) .