PwC divulga estudo sobre cenários de descarbonização

O levantamento revela que o hidrogênio de baixa emissão de carbono tem potencial para descarbonizar diversos setores da indústria

O estudo ‘Cenários de descarbonização: oportunidades e incertezas da precificação de carbono Strategy& 2023’ (http://www.pwc.com.br/pt/estudos/setores-atividades/energia/2022/pwc_brasil_tipos-de-hidrogenio-na-industria_22.pdf), indica que os próximos anos serão marcados por esforços mundiais para a descarbonização com o objetivo de reduzir o aquecimento global. 

Ainda de acordo com o estudo, o Brasil tem grande potencial de produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, devido à abundância de recursos naturais para a produção do combustível a custo competitivo. Além disso, a matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas do mundo, com cerca de 85% da energia proveniente de fonte renovável, em contraste aos 30%-40% de outras grandes economias mundiais.  

O levantamento da PwC também revela que o hidrogênio de baixa emissão de carbono tem potencial para descarbonizar diversos setores, principalmente a indústria química, a petroquímica e as indústrias de metais e de cimento. Até 2030, a demanda por hidrogênio crescerá a um ritmo moderado e constante, com base em muitas aplicações de nicho nos setores industrial, de transporte, energia e aquecimento residencial e comercial.

No Nordeste

A região Nordeste, de um modo geral, pode ocupar uma posição estratégica para que o país consiga a neutralidade de carbono e desponte como um dos principais players do mercado de hidrogênio de baixa emissão de carbono no mundo. Atualmente, a região é responsável pela produção de cerca de 80% da energia renovável do país – e há possibilidade para ampliação desse potencial.  

“Neste contexto de produção de energia renovável, o Nordeste tem condições de atrair novos investimentos para a descarbonização, podendo, inclusive, implementar negócios como os data-centers, que consomem muita energia e poderão se beneficiar de uma proximidade da região geradora, maximizando o empreendimento”, explica Vandré Pereira, sócio de Tributos para o setor de Energia da PwC Brasil. 

Vandré Pereira destaca, ainda, a importância dos portos na região: “Além de todo o avanço na produção de energia renovável, na Bahia temos portos importantes, como o de Salvador, Aratu e Ilhéus, que já possuem uma boa estrutura para escoar o hidrogênio para o mercado internacional”, analisa o sócio da PwC Brasil. 
 
Com a recente sanção do marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, a infraestrutura de transporte e o armazenamento do hidrogênio serão alguns dos desafios para o desenvolvimento do hidrogênio sustentável no país. De acordo com o executivo, a ação de entes públicos e privados têm papel crucial nesse processo.

“Cabe ao setor privado verificar a sua posição no mercado de carbono, se serão compradores ou vendedores, planejando, assim, estruturas e arranjos societários de forma a estarem preparados a operar”.  

Quanto aos entes públicos, ele diz que estes “podem atuar de forma a atrair os agentes interessados na formação de toda a infraestrutura necessária para potencializar essa agenda, cuidando do escoamento (transmissão) da energia, abrindo perspectivas de investimentos no armazenamento de energia, de forma a garantir a resiliência e o consumo sem qualquer intermitência”. 

O especialista também diz que tratar essa agenda pela via do hidrogênio de baixa emissão de carbono é uma estratégia importante, pois não restringe a política nacional apenas às fontes como solar ou eólica, mas pode alcançar todas as demais fontes de energia disponíveis no país, e, assim, pode-se viabilizar ainda mais investimentos, atrair mais players e contribuir de forma significativa com a transição energética.