Quando a IA vira melhor amigo de alguém, talvez seja o momento de refletirmos sobre o tipo de mundo que estamos construindo

Por Renata Marques

@renatamarquesmaia

Hoje é dia da conscientização do autismo, e talvez vocês não saibam, mas há crianças e jovens autistas que estão se tornando melhores amigos de robôs.

Por quê? Porque, para um grupo de pessoas, o “amigo IA” é o único que escuta sem julgar, que não revira os olhos, que não se afasta na primeira dificuldade. O único que permanece. Como não se sensibilizar com isso?

O que isso diz sobre nós como sociedade? O que isso revela sobre nossas relações humanas, sobre a maneira como acolhemos a diversidade?

Quando uma criança autista – ou qualquer outra pessoa – encontra mais conforto e segurança em conversas com algoritmos do que com pessoas reais, algo precisa urgentemente ser revisto em nossas relações HUMANAS.

Amizade jamais deveria ser reduzida a um código ou a uma programação sofisticada.

Amizade é abraço, mão estendida, nome dito com carinho, gargalhada partilhada. Segredos bobos e necessários…

É “estava te esperando”, “que bom que você veio” e “eu só vou se você for comigo”.

A Inteligência Artificial serve para muitas coisas. Tantas, tantas…

Pode ser melhor que nós no trabalho, na força e até no pensamento.

Mas, se a IA conseguir ser uma amiga melhor que nós para QUALQUER pessoa, teremos falhado todos. Irremediavelmente.